

Entre aboios, pedras e açudes. Ultrapassando as fronteiras dessas terras potiguares.


Bruciene(Coord. CAPS), José Gomes (Sec. de Saúde), Socorro (Coord. ETEF)
Bruciene (Coord. CAPS) Gerciane (Garota CAPS) e Sueleide (Enferm. e prof. ETEF)

Tela de Isaac Liberato, 1956. Acervo do Museu de Imagens do InconscienteNo retrato que me faço
traço a traço
às vezes me pinto nuvem
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
pouco a pouco
minha eterna semelhança,
no final que restará?
um desenho de criança...
corrigido por um louco!
Mário Quintana
A FIP (Faculdade Integrada de Patos) está promovendo no nosso município uma especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Essa é uma grande oportunidade para todos os profissionais da nossa região que atuam nessa área, pois como bem sabemos, normalmente precisamos nos deslocar aos grandes centros urbanos para nos capacitarmos. O curso terá a duração de um ano e as aulas serão mensais e acontecerão no Colégio Objetivo (ÚNICA) às sextas à noite e sábados manhã e tarde. Maiores informações e/ou inscrições com a Assistente Social Paula Érica no fone: 84 3405-2764 ou pelo site: http://www.azassessoria.com.br/. Não percam!
Autorretrato com a orelha cortada, de Vincent Van Gogh (1889)
Terça feira (dia 08/09/09) na novela Caminho das Índias o Brasil se emocionou e se deparou com um grande conflito vivido pela personagem Tônia (Marjorie Estiano): casar-se ou não com Tarso (Bruno Gagliasso), seu namorado que sofre de esquizofrenia? na tentativa de conseguir uma resposta, Tônia procurou o Dr. Castanho (Stênio Garcia), que com uma postura ética, racional e sensível lhe deu algumas orientações e lhe indicou o livro de Edmar Oliveira: OUVINDO VOZES histórias do hospício e lendas do Encantado. Edmar Oliveira é psiquiatra, há uma década diretor do Instituto Municipal Nise da Silveira (mais conhecido como o Hospício do Engenho de Dentro). Desde que assumiu a direção do Instituto, o lugar vem passando por grandes transformações através de um processo de humanização e dimiuição gradativa do número de mortes. Confira a Sinopse: os personagens são médicos, pacientes, enfermeiros, políticos e pessoas comuns que passaram e/ou ainda passam para trás dos muros que separam a anormalidde do pacato bairro do subúrbio carioca. Ao ler, começaremos a sentir na pele as agruras de um serviço manicomial falido e as tentativas dos profissionais de saúde de tomarem para si a responsabilidade de cuidar de vidas esquecidas e maltratadas pela sociedade. Não é difícil imaginar os motivos que levaram Stênio Garcia a se basear em Edmar Oliveira para compor o seu personagem Dr. Castanho. Cabe a nós, mergulharmos nessa leitura e nos tornarmos cúmplices dessa nobríssima causa. E a Tônia? bem, sua decisão saberemos nos próximos capítulos da novela. E então veremos os efeitos provocados pela leitura do "Ouvindo Vozes".
Participação do Grupo Experimentação (Caravana da Cidadania Cultural)
Esse pedacinho da nossa casa estará voltado a figuras que de alguma forma deixaram sua marca no âmbito da psiquiatria brasileira e mundial. E para iniciarmos em grande estilo, falaremos dessa mulher iluminada e cheia de versos que nos deixou registros cheios de inquietude, criatividade e beleza. Stela do Patrocínio é seu nome. Sabe-se pouco sobre sua história de vida: nascida aos 9 de janeiro de 1941, foi admitida no Pedro II aos 21 anos de idade e transferida quatro anos mais tarde para a Colônia Juliano Moreira-RJ, onde permaneceu por quase trinta anos sem nunca ter saído de lá. Aos 45 anos, Stela conheceu um grupo de profissionais que dariam voz às suas falas. A artista plástica Neli Gutmacher e seus estagiários foram convidados para montar um ateliê na então Colônia Juliano Moreira e aos poucos, foram percebendo o grande talento de Stela, a fala. Eram os sinais da Reforma Psiquiátrica e Stela acabou se beneficiando deste movimento. Os registros da poesia inquieta e avassaladora de Stela foram gravados e transformados num livro: Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, com organização e apresentação de Viviane Mosé. Em 2007, esses registros também foram pras telas de cinema através do curta-metragem "Stela do Patrocínio - A mulher que falava coisas" com direção de Márcio de Andrade. Confira um pouco da poesia dessa Strela.
A nossa assistente social Paula Érica que também é cantora, poeta e integrante do Grupo Casarão de Poesia participou de 12 a 14 de Agosto da 4ª RECITATA, um concurso de poesia falada que faz parte da programação do Festival Recifense de Literatura. Além dela, participaram também a professora, poeta e parceira do CAPS Luciana Carvalho e o ator, poeta e professor Jr. Caçarola. Paula Érica foi classificada pra final com seu poema SEQUIDÃO, onde introduziu trechos da música "Divino" de composição de Rita Ribeiro e Zeca Baleiro. Parabéns aos três poetas que corajosamente encararam essa aventura poética e fizeram bonito lá pras bandas do Recife, cidade considerada uma das grandes referências culturais do Brasil. Confira o poema que levou Paula Érica pra finalíssima.Quase nunca vou a festa
Não vejo televisão
Não gosto de usar vermelho
Não me banho com loção
Não sei falar esperanto
Conversa fiada, eu não
Quando durmo
sonho um sonho
Quando acordo
Como pão
São Judas, São Benedito
São Cosme, Cristinho meu
A paixão é roupa velha
Que o rato da dor roeu
Que o rato da dor roeu

